Braço popular da construtora de imóveis tem problemas em pelo menos um terço das construções em andamento.
Adquirida pela Gafisa no fim de 2008, a Tenda era a promessa de avanço rápido nos negócios da companhia, que resolveu se arriscar pela terceira vez na construção de imóveis para o segmento de baixa renda. Três anos depois, a empresa amarga os maus resultados do braço popular e vai desistir de obras em andamento para diminuir os prejuízos.
Hoje, um terço das obras da Tenda apresenta problemas para a execução dos projetos. Das 30 mil unidades em construção, 11 mil têm a situação complicada, seja por problemas com atrasos nas obras, processos burocráticos de registro e com a Caixa Econômica Federal ou na contratação de mão de obra.
Na tentativa de diminuir os problemas da empresa, o diretor executivo da Tenda, Rodrigo Osmo, afirmou que algumas obras em fase inicial estão sendo reavaliadas e serão canceladas. "Estamos em um momento de freio para arrumação. Empreendimentos com até 20% de andamento nas obras serão revistos", afirmou.
Apesar de inibir custos futuros nas obras, a iniciativa da companhia compromete parte importante dos negócios: a credibilidade dos consumidores. Como tentativa de proteger a imagem da empresa, Osmo afirmou que os compradores dos imóveis que eventualmente tenham a obra cancelada serão integralmente ressarcidos.
"Como a Tenda tem atuação ampla, também podemos sugerir outros empreendimentos similares", disse. O executivo disse não saber o montante a ser desembolsado com a operação, mas garantiu que 80% dos problemas serão resolvidos até o primeiro semestre de 2012.
O anúncio da Gafisa não foi recebido com surpresa pelo mercado. Desde o início do ano, a companhia já dava sinais de que gostaria de diminuir a participação da Tenda nos negócios.
"As margens da Tenda são muito apertadas e o volume de vendas não correspondeu às expectativas da Gafisa", diz Bruno Lembi, analista de mercado da M2 Investimentos. O volume de lançamentos da Tenda teve recuo de 53% até setembro, na comparação com o mesmo período de 2010.
Obras atrasadas
O dirigente da Tenda afirmou que o legado da empresa é herança da administração da companhia antes da aquisição por parte da Gafisa. Há obras com mais de dois anos de atraso. Osmo disse que o antigo formato de negócio da construtora prejudicou o ritmo de entregas.
Antes da tomada de rédea da Gafisa, todas as obras eram tocadas pelos chamados franqueados, empreiteiros pequenos que se uniam à Tenda. Por falta de escala e problemas estruturais, algumas dessas pequenas empresas acabaram falindo e a companhia herdou atrasos.
O presidente da Gafisa, Duilio Calciolari, exemplificou a precariedade da execução das obras sob comando das franqueadas com uma obra no Rio de Janeiro.
Segundo ele, a empreiteira entregou os imóveis com torneiras instaladas em paredes onde sequer havia tubulação. Apesar da "tomada de controle" da Tenda, as obras de 8 mil unidades ainda estão sob cuidado de franqueados.
Além do possível cancelamento de obras, a Tenda afirmou que reavaliará sua carteira de clientes e, daqui para frente, somente vai lançar empreendimentos com pelo menos 50% de pré-venda e passíveis de repasse pela Caixa.
A prioridade para 2012 é reduzir o capital empregado na Tenda. "A empresa só voltará a crescer quando for possível fazê-lo de maneira rentável", disse Osmo, que prevê que a retomada pode ocorrer em 2013.
Enquanto a companhia puxa o freio de mão nos lançamentos e tenta arrumar a casa, não deixa de definir estratégias de longo prazo. Um dos planos é a mudança no material básico usado nas obras. A exemplo da construção civil mexicana, que substituiu quase integralmente a alvenaria tradicional por formas de alumínio, a Tenda fará uso do material em suas obras, afirmou Osmo".
Adquirida pela Gafisa no fim de 2008, a Tenda era a promessa de avanço rápido nos negócios da companhia, que resolveu se arriscar pela terceira vez na construção de imóveis para o segmento de baixa renda. Três anos depois, a empresa amarga os maus resultados do braço popular e vai desistir de obras em andamento para diminuir os prejuízos.
Hoje, um terço das obras da Tenda apresenta problemas para a execução dos projetos. Das 30 mil unidades em construção, 11 mil têm a situação complicada, seja por problemas com atrasos nas obras, processos burocráticos de registro e com a Caixa Econômica Federal ou na contratação de mão de obra.
Na tentativa de diminuir os problemas da empresa, o diretor executivo da Tenda, Rodrigo Osmo, afirmou que algumas obras em fase inicial estão sendo reavaliadas e serão canceladas. "Estamos em um momento de freio para arrumação. Empreendimentos com até 20% de andamento nas obras serão revistos", afirmou.
Apesar de inibir custos futuros nas obras, a iniciativa da companhia compromete parte importante dos negócios: a credibilidade dos consumidores. Como tentativa de proteger a imagem da empresa, Osmo afirmou que os compradores dos imóveis que eventualmente tenham a obra cancelada serão integralmente ressarcidos.
"Como a Tenda tem atuação ampla, também podemos sugerir outros empreendimentos similares", disse. O executivo disse não saber o montante a ser desembolsado com a operação, mas garantiu que 80% dos problemas serão resolvidos até o primeiro semestre de 2012.
O anúncio da Gafisa não foi recebido com surpresa pelo mercado. Desde o início do ano, a companhia já dava sinais de que gostaria de diminuir a participação da Tenda nos negócios.
"As margens da Tenda são muito apertadas e o volume de vendas não correspondeu às expectativas da Gafisa", diz Bruno Lembi, analista de mercado da M2 Investimentos. O volume de lançamentos da Tenda teve recuo de 53% até setembro, na comparação com o mesmo período de 2010.
Obras atrasadas
O dirigente da Tenda afirmou que o legado da empresa é herança da administração da companhia antes da aquisição por parte da Gafisa. Há obras com mais de dois anos de atraso. Osmo disse que o antigo formato de negócio da construtora prejudicou o ritmo de entregas.
Antes da tomada de rédea da Gafisa, todas as obras eram tocadas pelos chamados franqueados, empreiteiros pequenos que se uniam à Tenda. Por falta de escala e problemas estruturais, algumas dessas pequenas empresas acabaram falindo e a companhia herdou atrasos.
O presidente da Gafisa, Duilio Calciolari, exemplificou a precariedade da execução das obras sob comando das franqueadas com uma obra no Rio de Janeiro.
Segundo ele, a empreiteira entregou os imóveis com torneiras instaladas em paredes onde sequer havia tubulação. Apesar da "tomada de controle" da Tenda, as obras de 8 mil unidades ainda estão sob cuidado de franqueados.
Além do possível cancelamento de obras, a Tenda afirmou que reavaliará sua carteira de clientes e, daqui para frente, somente vai lançar empreendimentos com pelo menos 50% de pré-venda e passíveis de repasse pela Caixa.
A prioridade para 2012 é reduzir o capital empregado na Tenda. "A empresa só voltará a crescer quando for possível fazê-lo de maneira rentável", disse Osmo, que prevê que a retomada pode ocorrer em 2013.
Enquanto a companhia puxa o freio de mão nos lançamentos e tenta arrumar a casa, não deixa de definir estratégias de longo prazo. Um dos planos é a mudança no material básico usado nas obras. A exemplo da construção civil mexicana, que substituiu quase integralmente a alvenaria tradicional por formas de alumínio, a Tenda fará uso do material em suas obras, afirmou Osmo".