domingo, 3 de abril de 2011

ECONOMISTA ENSINA COMO SE PRECAVER EM TEMPOS DE INFLAÇÃO EM ALTA

O pequeno poupador deve ter cautela diante do quadro de alta da inflação e deve evitar transferir suas economias para aplicações financeiras que desconhece. O conselho é do especialista em administração financeira, Érico Veras Marques, professor da Faculdade de Economia, Administração Atuária e Contabilidade, da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Para ele, o pequeno aplicador, além de ter cuidado com o dinheiro no banco, deve, diante da inflação em elevação, preocupar-se em fazer pesquisas de preço dos produtos e serviços em busca de ofertas melhores. Ele, porém, avalia que o momento, nem de longe, mesmo com inflação em alta, pode ser comparado com a situação existente antes do Plano Real, quando os índices alcançavam a casa dos dois dígitos.

– Não dá para comparar a inflação do momento com a mesma registrada antes do Plano Real, quando as coisas subiam absurdamente de uma hora para outra – disse.

Por enquanto, acrescentou o professor, estamos discutindo sobre uma meta de inflação estabelecida pelo Banco Central (BC) que, comparada ao que era no passado, não é tão alta. Na semana passada, o BC indicou que a inflação corrente está em um momento de alta e deve passar dos 6,5% estipulados como teto da meta estabelecida pelo governo.

Depois, ela deve retornar para índices mais baixos, fechando o ano em torno de 5,6%, pela projeção da autoridade monetária. O centro da meta é 4,5%, mas existe uma tolerância de 2 pontos percentuais para a meta de inflação, para mais ou para menos.

– A discussão é importante porque os brasileiros devem ficar atentos para não perder o controle disso. Já pelo lado dos investimentos, a situação requer mais cuidado para o pequeno investidor na hora de descobrir qual aplicação paga o melhor rendimento – afirmou.

Segundo ele, os pequenos investidores não têm muitas alternativas, a não ser a poupança e alguns fundos. Os fundos, porém, cobram taxas de administração para cuidar das aplicações e, dependendo do valor, não compensam porque, no final, o investidor vai receber menos do que deveria.

– Dependendo da taxa de administração de alguns fundos, é melhor deixar o dinheiro na poupança – afirmou.

Segundo o professor da UFC, outra alternativa seria o Tesouro Direto, um tipo de aplicação que permite ao aplicador a compra de títulos do governo federal diretamente do Tesouro Nacional, inclusive pela internet. Dessa forma, ele foge das taxas de administração e paga apenas um pequena taxa de custódia à instituição financeira.

O problema, segundo Marques, é que esse tipo de aplicação requer um pouco mais de conhecimento do mercado financeiro.

– O cidadão tem que se cadastrar em um banco, tem que ficar atento ao dia em que tem que vender os títulos e conhecer a diferença entre os títulos. Não é tão comum como operar com a caderneta de poupança – ressalta.

Caso o poupador tenha como identificar quais são os títulos corrigidos pela inflação vendidos pelo Tesouro Direto, o professor avalia que esses papéis são bons porque acompanham a inflação, mas "sem ganhar nada a mais por isso".

Quem estiver disposto a correr um pouco mais de risco, a recomendação do professor são os fundos multimercados, que diversificam a aplicação, ou os fundos de ações. Neste último caso, lembra, é para quem tem conhecimento do mercado financeiro e mais especificamente das empresas que estão vendendo as ações. Marques adverte para que o investidor estejam sempre atento à taxa de administração cobrada pelos bancos.

Se a pessoa tem um pouco mais de recursos, a saída, segundo ele, é aplicar em certificados de depósitos bancários (CDBs), títulos vendidos pelos bancos ao público como forma de captar recursos . Para ele, em instituições de médio porte, o retorno da lucratividade desses papéis é muito bom e pode compensar, mas, normalmente, o dinheiro tem que ficar aplicado por um tempo determinado, o que é desvantajoso para quem necessita dos recursos no curto prazo.

Marques pretende, até o final de agosto, ensinar aos servidores da Universidade Federal do Ceará, como administrar bem seu orçamento pessoal por meio do curso de planejamento em educação financeira.

O objetivo é fazer com que as pessoas tenham um padrão de vida adequado à renda. "Não adianta uma pessoa ganhar R$ 10 mil, mas gastar R$ 11 mil pois passa a ficar endividado". "Na verdade, informou, queremos discutir o padrão [de vida] presente com a expectativa de vida do futuro. Até porque, se pegarmos os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nós estamos falando em uma expectativa de vida de 73 anos de idade. Então, gaste menos do que você ganha. Nunca gaste mais do que você ganha".


FONTE: clipimobiliario.com.br

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