quarta-feira, 26 de outubro de 2011

CONSTRUÇÃO CIVIL MANTEM IMPULSO E PUXA ECONOMIA


Jornal do Comércio / RS
O governo do Estado fez bem em colocar, via Banrisul, à disposição dos professores linha especial de financiamento para a aquisição de moradias. O déficit habitacional continua alto, as classes de baixa renda estão fora do mercado, como aquelas que recebem entre zero e três salários-mínimos, e a ânsia pela tradicional casa própria continua.
No mês de setembro as vendas internas de materiais de construção apresentaram expansão de 7% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo a Associação Brasileira de Materiais de Construção (Abramat). Na comparação com agosto, porém, o faturamento do setor apresenta declínio de 0,5%. No acumulado do ano até setembro as vendas aumentaram 2,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. Em 12 meses foi apurada expansão de 2,7%. Já o número de empregados na indústria de materiais de construção cresceu 6,1% frente igual período do ano anterior e 0,9% na comparação com agosto.

Que a construção civil é um dos maiores mercados de mão de obra e uma forte expansionista da economia, com vários efeitos multiplicadores, ninguém tem dúvidas. No entanto, apesar disso, desde que foi extinto o Banco Nacional da Habitação (BNH), criado no regime militar, sempre tão criticado, mas cujas ações administrativas até hoje mostram a sua eficiência, nenhum plano oficial havia substituído o então ótimo mecanismo. Agora, o Minha Casa, Minha Vida preencheu lacunas, mas deve se focar mais nas famílias com até três salários-mínimos de renda. Por isso não surpreende quando a indústria de materiais de construção ainda segue otimista, de acordo com pesquisa mensal realizada pela Abramat. Afinal, quem casa quer casa e longe de casa, diz o antigo adágio popular desde muitas décadas.

Ao mesmo tempo, entre os empresários consultados a intenção de investimentos para ampliar a capacidade de produção nos próximos meses avançou. O índice de otimismo com relação às ações do governo voltadas para o setor da construção civil também atingiu patamares elevados: 70%, um nível alto para os últimos 12 meses. Os programas habitacionais em andamento e o crescimento do crédito imobiliário são algumas das influências responsáveis pelos bons indicadores. As indústrias estão ampliando sua capacidade no mesmo ritmo da demanda. Ora, isso é não apenas uma boa notícia como muito importante para a retomada do emprego e da renda no País. Porém, é fundamental que os municípios, principalmente os interioranos, façam projetos para vilas populares, doando áreas onde possam ser construídos conjuntos com água encanada, luz, arruamento, praça e espaço ou construções para escolas e centro esportivo. É assim que se complementará a grande e básica reforma da educação. Além disso, colocar essas vilas populares com transporte coletivo ligando a outros centros ou à cidade mais próxima, eis que, todos sabem, grandes áreas disponíveis geralmente estão bem longe das zonas densamente povoadas, como acontece, por exemplo, com Porto Alegre. As prefeituras do Interior devem se capacitar da sua importância, a fim de evitar o êxodo para as grandes cidades e estas, por sua vez, se verem impotentes para resolverem o problema de habitação popular. Enfim, a construção civil é um dos motores da economia.

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